Richard diria anos, ou melhor, décadas. Um longo tempo, ele sabia. Tempo que, apesar da luta, apesar de tudo, não o fizera se sentir tão incompleto quanto agora. Uma vez, ele dissera a John Locke o quanto aquela imagem era incrível e como não importaria o tempo que se passasse: aquela paisagem sempre seria a mais bela. Mas isso foi antes, muito antes das coisas que deram errado, antes que alguém quebrasse as regras, antes que Ben quebrasse as regras e fosse embora. Richard só podia pensar em uma palavra agora: ingratidão. A ilha o quis (a ele, Ben, tão ingrato) e Richard deu tudo de si para protegê-lo, para que desse certo e, no fim, receber ingratidão. Não ia importar o quão bonito tudo aquilo fosse, a selva que rugia, a noite que caía, a orla, as ondas, o sal: a Ilha não era a mesma sem Ben. Ele não era o mesmo sem Ben.
Okay, eu admito. Eu pouco me foquei na ilha, mas toda vez que me refiro a belas paisagens, eu quero dizer A ILHA, mas enrolei pra fazer um pouco de cu doce mesmo.
Mentira.